26/03/2015

Entre eu e o caos uma Bela Vista!

O ato de olhar para o céu e contemplar o seu azul já não é tão simples.
Tem dias que as nuvens aparecem em formato de algodão doce que lembram a infância, quando eu deitava a cabeça na areia e ficava criando personagens que voavam por cima de meu pequeno corpo.
Agora não se tem areia para deitar o corpo, o asfalto queima.
A brisa não sopra trazendo o cheiro do mar.
Tudo está maior.
As copas das árvores que antes me abrigavam do sol, agora são vistas de cima. Parecem tão pequenas vistas daqui.
Carros e pessoas em zig-zag como se fossem formigas, tantas, agitadas e tão organizadas.
Um ir e vir confuso, mas nada caótico.
As vezes sinto vontade de perguntar de onde vem e para onde vai com tanta pressa.
Ergo a cabeça, avisto pequenas nuvens. Nada de brisa.
Som de buzina ao invés do som das ondas.
Sorrio.
Olho para frente e avisto a bandeira do Estado no alto de uns dos prédios mais ilustres da cidade.
Foi minha escolha estar aqui. Ainda bem.
Abandonei o mar.
Descubro diariamente uma nova paisagem vista do mesmo lugar.
Nada é permanente, precisa saber aproveitar esses dias de céu azul e nuvens de algodão.
Ver a poesia da Bela Vista diária.